Non-labeling

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Muitas pessoas sentem dificuldade em se rotular ou em se classificar com os termos utilizados dentro da comunidade para classificar sexualidade e gênero. Diante dessa dificuldade surgem as identidades de não-rotulação.

A não-rotulação — muitas vezes referenciada pelo seu termo em inglês, unlabeled — parte do princípio de que uma pessoa decide não se rotular a partir das expressões da comunidade por não se sentir confortável com nenhum termo, não se identificando totalmente com eles. Contudo, os motivos são diversos e são relativos às vivências de cada pessoa. 

A orientação pomo pode ser definida como uma rejeição aos rótulos, sejam de sexualidade e/ou de gênero. Trata-se de negar os rótulos convencionais da comunidade, e as pessoas podem se utilizar dessa orientação por não quererem usar um rótulo mais específico, por esse ser muito complexo, ou simplesmente por não querer categorizar sua expressão. A não-rotulação, no entanto, não se refere à simples negação de um rótulo, mas ao não pertencimento. 

É comum pensar que identificar-se como não-rotulade ou como pomo acaba se tornando um rótulo, mas propor um termo auxilia a encontrar vivências parecidas, ajudando as pessoas a se sentirem dentro da comunidade e do meio LGBTQIA+; além disso, é completamente válido uma pessoa não se sentir confortável com estes termos, ainda que as identidades de não-rotulação não tenham o mesmo peso de identidades específicas da comunidade.

Não se rotular, seja por rejeição aos rótulos, por não se identificar ou simplesmente pelo próprio ato de não querer atribuir um rótulo à sua sexualidade e/ou gênero, faz parte de uma luta política.

Há uma imposição social  acerca de rótulos, visando classificar as pessoas por meio de características soltas,ignorando suas vivências singulares, e, mesmo que seja um ato que vai contra os princípios da própria comunidade, muitas vezes ela compactua com essa visão. No entanto, a não-rotulação não trata de lgbtfobia internalizada ou de “querer chamar a atenção”, mas de compreender que não é preciso se forçar em caixinhas. 

A não-rotulação é política, mas também é liberdade de apenas ser e existir. E, por mais que haja suas diferenças das identidades específicas, não deixa de fazer parte da comunidade LGBTQIA+.


Referências: