🌐 Translation in progress
A própria existência de uma pessoa LGBTQ+ é um ato político. Quebrar com a norma cisheteronormativa é lutar para sair desse lugar de marginalização e de estigmatização no qual pessoas queers são colocadas. O sistema, por si só, faz de tudo para que LGBTQ+s sejam abandonades à própria sorte. Faltam oportunidades, inclusão, direitos básicos.
E, ainda assim, a comunidade segue resistindo de todas as maneiras possíveis contra esse cenário que faz de tudo para a derrubar. Existir enquanto LGBTQ+ é ir de encontro a uma política de morte e de opressão, a qual persegue as pessoas da comunidade em todas as suas ações. Desde a construção de relações, perpassando por suas experiências e resultando na resistência que é simplesmente existir.
Sendo assim, é importante entender que a vivência LGBTQ+ engloba, sim, os afetos entre pessoas que não são heterossexuais. Contudo, deve ser interpretada para muito além disso. A existência de pessoas transgêneros e travestis, por si só, já alarga o debate enquanto comunidade, pautando a inclusão, a dignidade e o respeito por todas as identidades de gênero, as quais merecerem ser reconhecidas e debatidas com tanto afinco quanto as relações românticas que centram a comunidade.
Existe uma constante falta de apoio para pessoas LGBTQ+ em todos os âmbitos possíveis. Dentro do legislativo, inúmeros projetos de lei estão parados, uma vez que não há uma movimentação política para engatar uma discussão para que tais projetos sejam a pauta de destaque. Muito pelo contrário, os direitos conquistados por pessoas queers são vitórias contadas nos dedos diante da gama de necessidades que a comunidade como um todo necessita.
É essencial, ainda, pontuar que todas as pautas, para além do plano legislativo, mas envolvendo também o social, devem ser vistas considerando a pluralidade e toda a diversidade que compõe a comunidade LGBTQ+. Cada identidade e sexualidade possuem suas próprias demandas, suas próprias dificuldades e maneiras de lidar com as opressões diárias.
Sendo assim, ter orgulho enquanto LGBTQ+ é reivindicar o lugar que é da comunidade por direito e ir contra as opressões, o preconceito e a sociedade cisheteronormativa que tenta, a todo custo, exterminar a existência de pessoas queers.
As lutas presentes na comunidade, todavia, podem não ser uma constante na vida de todes. Isso deve-se ao fato de que nenhuma pessoa LGBTQ+ é obrigada a engajar nas pautas referentes à comunidade, uma vez que a resistência demonstra-se apenas no fato de existir em uma sociedade cisheteronormativa. Portanto, a luta está, sim, presente, ainda que não da forma que todos esperam. A comunidade está cansada de ser forte em dobro: buscando forças não apenas para continuar presente em um sistema que a oprime de todas as formas possíveis, mas também estar sozinha, por muitas vezes, na linha de frente dessa batalha.
Engajar na luta é, sim, importante, mas cabe muito mais aos CHAPs fazerem parte disso, do que aos LGBTQ+s, que sofrem de diversas maneiras e ainda precisam encarar o mundo com a ferocidade de desafiar aquilo que lhes é imposto.