Breaking Down Trans Stereotypes

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Por diversos motivos, a sociedade simplifica grupos sociais em modelos generalistas, chamados de estereĂłtipos. EstereĂłtipos carregam estigmas sobre um recorte social, impondo expectativas nocivas sobre certos corpos e vivĂȘncias. Esse fenĂŽmeno afeta minorias sociais por meio da coerção social, ou seja, cobranças e pressĂ”es para se encaixar num molde especĂ­fico. Tais imposiçÔes afetam diversas comunidades, inclusive a trans.

1. Toda pessoa trans mudou (ou pretende mudar) de nome.

Nem toda pessoa trans sente a necessidade de mudar de nome, independente de gĂȘnero ou tempo de transição. A luta pelo uso do nome social e pela retificação diz respeito ao direito Ă  identidade, nĂŁo sendo uma pauta especificamente trans. 

2. Toda pessoa trans lida com disforia de gĂȘnero.

Disforia de gĂȘnero Ă© uma condição caracterizada pelo desconforto com caracterĂ­sticas fĂ­sicas que, a partir de imposiçÔes sociais, nĂŁo correspondem Ă  identidade ou expressĂŁo de gĂȘnero do indivĂ­duo. Apesar de ser uma pauta importante Ă  comunidade trans, nem toda pessoa trans lida com disforia de gĂȘnero.

3. Pronomes definem gĂȘnero.

Pronome Ă© uma classe gramatical de palavras que substituem, retomam ou modificam um substantivo. Na prĂĄtica, isso significa que um pronome substitui um nome, seja prĂłprio ou nĂŁo. Assim como o nome Ă© uma escolha pessoal, os pronomes tambĂ©m devem ser, se referindo Ă s preferĂȘncias individuais, nĂŁo necessariamente Ă  identidade de gĂȘnero.

4. A transição sĂł acontece por terapia hormonal.

A transição de gĂȘnero Ă© um processo psicossocial de entendimento e afirmação de um indivĂ­duo sobre a sua prĂłpria identidade. A transição hormonal pode compor esse processo, mas nĂŁo Ă© obrigatĂłria. Ou seja, nem toda pessoa trans quer ou necessita de terapia hormonal — ou de qualquer mudança fĂ­sica — para transicionar e se sentir confortĂĄvel com o prĂłprio corpo.

5. Transgeneridade é uma doença mental.

Por um longo tempo, a psiquiatria tratou a transgeneridade como um distĂșrbio mental, chamando-a de “transtorno de identidade de gĂȘnero”. No entanto, em 2019, a OMS retirou a transgeneridade da definição de psicopatologia, constatando que ser trans Ă© apenas uma das caracterĂ­sticas da diversidade humana.

6. Transgeneridade Ă© um terceiro gĂȘnero.

A transgeneridade Ă© uma caracterĂ­stica de gĂȘnero que categoriza pessoas que nĂŁo se identificam com o gĂȘnero imposto ao nascimento, nĂŁo um gĂȘnero em si. Apesar da nĂŁo-binariedade — um termo-guarda chuva incluso na transgeneridade — apresentar identidades de gĂȘnero alĂ©m do binarismo homem-mulher, a transgeneridade em si nĂŁo Ă© uma “terceira via”. 

7. Pessoas trans estĂŁo confundindo ou enganando as outras.

A identidade de ninguĂ©m Ă© uma tentativa de enganar terceiros, e esse pensamento vem da expectativa de que toda pessoa seja cis. É preciso normalizar a vivĂȘncia trans, compreendendo que aparĂȘncia, expressĂŁo de gĂȘnero e comportamento nĂŁo devem ser medidores de gĂȘnero.


ReferĂȘncias: