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A comunidade LGBTQIA+ é composta por uma ampla gama de identidades de gênero, cada uma com suas próprias nuances e histórias. Duas identidades que emergiram como expressões distintas dentro desse espectro são qirl e boi. Essas identidades desafiam a binariedade de gênero branca ocidental e oferecem uma compreensão alternativa de masculinidade e feminilidade.
Boi
A identidade boi surgiu em várias subculturas LGBTQIA+ durante o final dos anos 1990. Ela abrange uma variedade de significados, todos centrados em uma masculinidade não cis-heteronormativa. Os primeiros usos do termo boi foram fora dos espaços LGBTQ+, sendo um termo originado no dialeto afro-americano do inglês estadunidense, e utilizado especialmente na cultura do hip-hop, o que reforça sua relevância como uma expressão de gênero exclusivamente negra.
A identidade boi oferece uma linguagem e um quadro para desafiar as expectativas sociais e expressar experiências singulares de masculinidade. Ao se apropriar do termo, pessoas negras encontram uma maneira de redefinir e ressignificar a masculinidade, rompendo com os estereótipos dominantes.
A bandeira da identidade boi, criada por BoiQirl em 2017, solidifica ainda mais seu lugar dentro da comunidade LGBTQIA+. Com uma cor azul esverdeada, simboliza tanto a similaridade quanto a distinção em relação ao conceito de “menino”, desafiando a noção de opostos diretos.
Qirl
A identidade qirl é uma expressão de gênero voltada para pessoas negras não binárias e transgênero. Ela busca se distanciar da binariedade de gênero predominante na cultura branca/ocidental. O termo qirl foi cunhado em 2015 por ume usuárie do Tumblr chamade Vmerli, e desde então tem sido adotado e utilizado por pessoas que se identificam com essa identidade de gênero.
A identidade qirl desafia as normas de gênero, proporcionando uma alternativa à feminilidade branca ocidental. A bandeira da identidade qirl, criada por BoiQirl em 2017, foi projetada com um tom de rosa intencionalmente diferente, enfatizando a rejeição da binariedade e das noções restritas de feminilidade. As três faixas no meio da bandeira são distintas das faixas correspondentes na bandeira boi, destacando que essas identidades não são opostas diretas, mas sim existem independentemente uma da outra.
As identidades qirl e boi desempenham um papel significativo na comunidade LGBTQIA+, especialmente para pessoas negras transgêneras e/ou não binárias. Elas fornecem uma linguagem e um espaço para explorar e expressar identidades de gênero que não se encaixam nos moldes estabelecidos pela sociedade ocidental. Ao desafiar as normas de gênero predominantes, essas identidades ajudam as pessoas a se afirmarem e a construírem uma conexão com suas próprias vivências de masculinidade e feminilidade.
A criação das bandeiras para essas identidades também é importante, pois fornece símbolos visuais que representam a diversidade e a singularidade de cada identidade. A escolha consciente de cores e elementos nas bandeiras desafia a noção de opostos e destaca a existência autônoma dessas identidades.