Assexualidade Gay

Todas as identidades LGBTQIAP+ sofrem com estereótipos e preconceito. Quando há identificação com mais de uma, especialmente quando as crenças populares atribuídas a essas sexualidades/identidades de gênero são antagônicas umas às outras, as discriminações e invalidações costumam ser mais intensas.

No caso de pessoas que se identificam como gays e assexuais, há a dualidade entre a promiscuidade/hiperssexualidade gay e o puritanismo assexual, ambos estereótipos atribuídos a essas identidades pejorativamente.

Acredita-se que a associação entre promiscuidade e homens gays cis venha da crença de que homens são, natural e biologicamente, mais sexuais que mulheres. Também relaciona-se a promiscuidade homossexual masculina com os moldes de criação conservadores, nos quais garotos são ensinados e estimulados a viverem sua sexualidade desde cedo e que, quanto mais essa sexualidade for explorada, mais o garoto estaria afirmando sua masculinidade. Assim, mesmo que de outras maneiras, o homem gay incorpora esses ensinamentos e os põem em prática em sua vivência. 

Para pessoas assexuais é praticamente rotina ter sua orientação invalidada, já que o sexo ainda é visto como um dos principais pilares que movem um relacionamento romântico, sendo inviável a vivência de uma relação afetiva sem este. Assexuais ainda sofrem com os estereótipos de abstinência sexual e puritanismo, tendo suas identidades vistas como estilos de vida, além das associações com traumas e transtornos. Ou seja, a assexualidade é comumente difundida como consequência de algo ou como uma escolha, e não como uma característica inerente do indivíduo.

Esses estereótipos – difundidos como verdades sobre ambas as orientações – causam empecilhos durante a descoberta da sexualidade,  já que levam a uma interpretação errônea do que é pertencer a essas identidades. Em exemplo, devido às crenças de que a comunidade ace repudia todas e quaisquer tipos de relações e práticas sexuais, uma pessoa gay que sente atração sexual condicionada ou parcial, mas que foi pegue em informações de senso comum, não vai se ver como parte da comunidade mesmo percebendo que sua relação com sexo é diferente do que é tido como normal,  gerando dúvidas e desconfortos acerca da própria identidade.

A perpetuação de estereótipos como verdades absolutas sobre  identidades de gênero e sexualidade trás para a população fora do meio LGBTQIAP+ conhecimentos falsos e nocivos, pois são crenças generalizantes e excludentes fortemente baseadas em preconceitos, que afetam significativamente o jeito que essas pessoas são lides socialmente. É preciso reavaliar as noções sociais do que define a sexualidade de um indivíduo e a forma que este a experiência, mantendo em mente a excludência imposta pelos padrões de gênero até mesmo dentro da comunidade LGBTQIAP+.


Referências:


Ficha Técnica:

Escrita: Chenny
Revisão: Lara Moreno