A misoginia se caracteriza pelo preconceito, ódio, aversão e repulsa contra pessoas do gênero feminino. Não deve ser confundida nem usada como sinônimo de machismo, pois este se refere à crença na superioridade masculina em relação às mulheres, manifestando-se por meio de comentários e atitudes que perpetuam a misoginia.
Sua origem vem do grego, a partir da junção das palavras miseo, “odiar”, e gyne, “mulher”. Ao longo da história, diversas culturas criaram narrativas na tentativa de justificar a perseguição e o ódio contra as mulheres, frequentemente retratando o feminino como algo criado na intenção de corromper e destruir o mundo, como algo impuro e maligno.
O termo ganhou popularidade na década de 1970, principalmente devido à escritora Andrea Dworkin, que o utilizou em sua obra intitulada Woman Hating. Nesse livro, Dworkin discute sobre a socialização da mulher e a caracteriza como um processo nocivo, violento e cercado de estereótipos que ditam “a maneira correta” do feminino se apresentar na sociedade. Sua análise aborda desde os contos de fadas até a Inquisição durante a Idade Média.
A misoginia se manifesta de diversas formas, desde comentários depreciativos até agressões psicológicas e físicas. Sua manifestação mais grave é aquela que culmina em assassinato, categorizando o crime de feminicídio, quando a motivação do crime é o fato de a vítima pertencer ao gênero feminino.
Mesmo com a ampliação dos debates sobre a violência de gênero, com o reconhecimento dessas questões como responsabilidade pública e com a criação de estratégias e leis para diminuir a ocorrência de agressões contra mulheres, a taxa de feminicídio cresceu significativamente a partir de 2006 (ano marcado pela instituição da Lei Maria da Penha). Os dados mais recentes indicam cerca de 1.450 feminicídios no Brasil em 2024, um número 12 vezes maior do que no ano anterior.
Em relação a casos de homicídio doloso (quando há a intenção de matar) e de estupro, houve uma leve diminuição em 2024 em comparação a 2023, sendo de 5,07% e 1,44%, respectivamente. Apesar de baixas, em um contexto de combate a esses crimes, essas taxas representam avanços simbólicos, que devem ser incentivados para que o número de casos caia cada vez mais.
É importante lembrar que, assim como outros preconceitos presentes em nossa sociedade, a misoginia não é uma ideia exclusivamente masculina, e pode ser perpetuada por qualquer pessoa, incluindo mulheres. Trata-se de uma ideologia enraizada profundamente no cotidiano, repassada de geração em geração para manter um modelo de vida e pensamento que, atualmente, não deveria mais ser aceitável.
O combate à misoginia vai além de políticas públicas e leis; exige também uma transformação profunda na forma de pensar e agir diariamente. As legislações e medidas governamentais são fundamentais para enfrentar a violência, mas identificar padrões enraizados, reconhecer a violência em suas diversas formas e agir para desconstruí-las são passos essenciais em busca de uma sociedade igualitária.
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Referências
- Machismo, sexismo e misoginia, qual a diferença? – Educa + Brasil
- Misoginia, uma palavra com história – Esquerda Diário
- Misoginia e violência de gênero: origem, fatores e cotidiano – Revista Sapiência
- Misoginia – Mulheres na Filosofia
- Brasil registra 1.450 feminicídios em 2024, 12 a mais que ano anterior – Agência Brasil
Ficha técnica
Escrita: Chenny
Revisão: Jéssica Larissa O.S e Beatriz Janus