Janaína Dutra

Janaína Dutra, nascida em 30 de novembro de 1960 em Canindé, no norte do Ceará, foi a primeira travesti a ter carteira da OAB e uma das principais militantes que se organizaram a favor de políticas de direitos para a comunidade LGBTQIA+. Além disso,  durante a década de 80, foi pioneira na campanha de prevenção do HIV no Brasil, com atenção especial à comunidade transgênero.

Sua história como ativista social começou quando foi morar em Fortaleza com a irmã, aos 17 anos. Durante esse período, decidiu cursar direito na Universidade de Fortaleza (UNIFOR), se formando em 1986. Anos mais tarde, Janaína participa da promulgação da lei municipal 8211/98, que proíbe empresas de discriminarem pessoas por conta da sua orientação sexual.

Ela esteve envolvida na fundação do Grupo de Apoio Asa Branca (GRAB) em 1989, sendo co-fundadora, assessora jurídica e vice-presidente nos anos seguintes; também atuou ao lado da ativista travesti Thina Rodrigues, fundando a Associação das Travestis do Ceará (ATRAC).

Janaína deixou uma herança sociocultural importantíssima para a comunidade LGBTQIA+ e para os movimentos que compõem essa diversidade. Em suas próprias palavras: “Nós, enquanto travestis e transgêneros, estamos fazendo parte do processo de construção desta sociedade, para que a médio e longo prazo possa ter revertido todo este peso que a sociedade nos impõe”. A frase está presente em seu documentário lançado em 2010, produzido e dirigido pelo cineasta Wagner de Almeida.

No ano de 2011, foi fundado em Fortaleza o Centro de Referência LGBT Janaína Dutra, um órgão municipal com propósito de proteção à população LGBTQIA+ em situação de violência, discriminação e restrição de direitos por conta da sua orientação sexual e/ou identidade de gênero. 

Janaína faleceu aos 43 anos, em 2004, em uma luta contra o câncer de pulmão. No dia 30 de novembro de 2021, dia em que faria 61 anos, ela foi homenageada pelo Google. 


Referências