A utilização do termo Pan‐Sexualismo por Friedrich Schiller, entre 1914 e 1915, não deve ser associada à panssexualidade, visto que o uso e significado em nada assemelha‐se à orientação como conhecemos.
Apenas em 1940, com o surgimento da escala Kinsey, por Alfred Kinsey, que se abrem as portas para orientações e identidades além da heterossexualidade e homossexualidade.
Em 1974, o termo Panssexual foi utilizado em um artigo do New York Times, que falava sobre a revolução sexual. Um ano depois, foi empregado pela New York Times para descrever um roqueiro britânico de aparência andrógina, Brian Eno, que participava da banda Roxy Music, sendo referido como “bizarre synthesizer wizard with the pansexual image” .
Desde então, o uso do termo pan como uma orientação passou a crescer. Algumas pesquisas indicam que essa popularização se deu por conta de comunidades BDSM. Em 1990, um tempo onde a fluidez sexual e pessoas não‐monossexuais reivindicavam suas orientações e identidades, a panssexualidade que conhecemos hoje surge de um forte ativismo e desejo de reclamar sua orientação.
Em 2002, a Comunidade “I Am Pansexual” de LiveJournal publicou uma postagem, declarando seu suporte e convidando a discutir pautas da comunidade pan, além de reunir pessoas Panssexuais. Daí temos um crescimento exponencial da comunidade Pan, um marco desse crescimento sendo a criação da bandeira Pan em 2010, até a comunidade como conhecemos hoje.
A panssexualidade é uma orientação presente no espectro multi. Durante a sua trajetória, a sua definição e significado foram se alterando, assim como várias outras sexualidades, o que levou algumas definições a caírem em desuso e outras a serem mais utilizadas e conhecidas.
Por conta disso, é possível encontrar várias definições diferentes para a panssexualidade. A organização advocacional queer GLAAD (Gays & Lesbian Alliance Against Defamation) conceitua como sentir-se atraíde por todos os gêneros, ou atrair‐se por pessoas independente do gênero.
Esta segunda definição, no entanto, não é ideal, visto que traz a ideia de que em momento algum a panssexualidade virá acompanhada pela preferência por algum gênero, o que pode ser verdade, mas pode não ser também.
Logo, uma caracterização mais abrangente é a de que a identidade expressa a atração por todos os gêneros, podendo ou não ter preferência, dado que a compreensão da própria sexualidade é uma ação individual.
É possível que você já tenha, também, se deparado com a definição de pan como o gosto por tudo. Ela, no entanto, além de extremamente errada, é absurda, e propagar tal definição, tal qual fazer piadas desse tipo, se caracteriza como panfobia, como discorrido no Manifesto Panssexual [link], lançado em 2021.
Bandeira
A bandeira Pan mais conhecida é datada do início de 2010, quando foi postada de forma anônima na conta do tumblr de seu criador Jasper. Desde então, a bandeira é utilizada como um símbolo para a comunidade Pan.
Cada uma de suas cores possui um significado, sendo a faixa azul a atração pelo gênero masculino, a rosa representando a atração pelo gênero feminino e a amarela a atração por pessoas não‐binárias.
Apesar de esta bandeira ser a mais conhecida, existem diversas bandeiras pans alternativas ou específicas, como a bandeira panrromântica.