A AIDS (Síndrome da imunodeficiência adquirida) é o estágio avançado do vírus HIV, que causa uma fragilidade imensa no sistema imunológico (sistema de defesa do organismo) do indivíduo que a possui. No início da infecção de HIV, os sintomas são muito semelhantes aos de uma gripe comum, reforçando a necessidade de prevenção e testes regulares e após o indivíduo ter se envolvido em situações de risco. Essas situações de risco são: sexo sem camisinha, compartilhamento de seringas, agulhas, canudos e cachimbos, e a utilização de instrumentos que cortam e perfuram. Também é possível que o HIV seja passado de gestante para filho durante a gravidez, parto ou amamentação.
Os testes de HIV podem ser realizados em Unidades Básicas de Saúde ou nos Serviços Ambulatoriais do SUS. Para as pessoas que têm o HIV diagnosticado, o SUS também provê um tratamento completo. Atualmente, a AIDS não tem cura, mas o tratamento melhora consideravelmente a qualidade de vida do indivíduo, diminuindo a mortalidade e reduzindo a transmissão do vírus. Uma pessoa com HIV em tratamento pode seguir uma vida normal, apenas necessitando manter cuidados como a adesão correta ao tratamento e a utilização de preservativos nas diferentes relações sexuais, independente dê parceire.
Os primeiros casos de AIDS foram diagnosticados no final da década de 70, há cerca de 4 décadas. Na época, a doença era uma sentença de morte, de tornar-se fisicamente cadavérico e ser um vetor para a contaminação. Hoje em dia, o cenário é completamente diferente: com adesão ao tratamento, a pessoa pode ser e ter aparência saudável, não ser infecciosa e ter uma grande sobrevida.
Mas apesar da grande mudança relativa à qualidade de vida dos soropositivos, a percepção social sobre essa condição ainda possui muitos resquícios do pânico moral gerado décadas atrás. Segundo Muniz e Brito (2022), as pessoas que convivem com a doença ainda são percebidas com estereótipos como a homossexualidade, a promiscuidade e a prostituição, e ainda vistas como “contaminantes” apesar dos avanços científicos. Do outro lado, essas pessoas se percebem também de forma negativa, relatando “nojo” e “negação à doença”. Muitas não contam sobre seu diagnóstico para os demais, apenas para os mais íntimos.
“No Brasil, foi ultrapassada a barreira de 1 milhão de PVHA. Em média, são 36,8 mil diagnosticadas anualmente. Apesar desses números expressivos, quantas pessoas você conhece com diagnóstico de HIV positivo? E com hipertensão, diabetes ou câncer? Se sua resposta for pouca ou nenhuma pessoa que viva com HIV, mas várias com as outras doenças, pode ser uma pista para a possibilidade de pessoas próximas manterem o diagnóstico de HIV/Aids sob sigilo pelos estigmas e pelo medo de sofrerem rejeições sociais e afetivas.” (Muniz & Brito, 2022).
Referências: