Diwali

De nome derivado do termo sânscrito deepawali ou deepavali, que significa “fileira de luzes”, o Diwali é um feriado nacional e festival religioso hindu, também conhecido como o festival das luzes, marcado por cinco dias de comemoração. Ele se inicia no primeiro dia do mês lunar Kartika — um mês do calendário hindu que ocorre nos meses de outubro e novembro —, isto é, na noite mais escura do ano, na lua nova. Nele, celebra-se a transição da Lua Minguante para a Crescente, a passagem das trevas à luz.

Ao longo de todo o Diwali, comemorado uma vez por ano, a luz desempenha um papel único, como decoração de lares e templos hindus, simbolizando a vitória do bem sobre o mal dentro de cada ser humano. Deste modo, as pessoas expressam gratidão a todas as coisas positivas que ocorrem em suas vidas. É também durante o festival que religiosos hindu estreiam roupas novas, dividem doces e lançam fogos de artifício.

Para muitas partes da Índia, este é o Baile do Rei Ramachandra em Ayodhya, cidade situada às margens do rio Gagara no norte da Índia. Sri Rama, um dos avatares do Deus Vishnu, um dos principais deuses do hinduísmo, derrotou o mal encarnado em Ravana, figura antagônica no antigo épico hindu Ramayana, que havia raptado sua esposa, Sitadevi. O povo de Ayodhya, capital de seu reino, comemorou junto a ele, iluminando fileiras (Avali) de lâmpadas (Deepa). Daí o nome deepawali ou deepavali, que, devido ao tempo, passou a ser chamado de Diwali. Entretanto, em algumas regiões, a palavra não sofreu alterações.

No Janismo, uma das religiões mais antigas da Índia, o Diwali é marcado como o nirvana do Lord Mahavira, que ocorreu em 15 de outubro de 527 a.C. Entre os sikhs, pessoas adeptas ao sikhismo, o festival tomou um significado especial a partir do dia em o iluminado Guru Hargobind (1595-1664) retornou a cidade de Amritsar, cidade indiana no estado do Punjab, após ser detido e preso sob as ordens do imperador Mughal ou Mogol, Jahangir (1570-1627). Ele também é comemorado pelos budistas Newar, no Nepal.

Cada um dos cinco dias destinados a este evento tem uma atividade especial destinada a eles, sendo:

  • O primeiro, dedicado a orações à deusa Lakshimi, esposa de Vishnu, a deusa da prosperidade, pedindo a ela riqueza e prosperidade. Nesse dia, os indianos costumam comprar objetos de ouro e prata, que simbolizam a riqueza.
  • O segundo, dedicado a cânticos religiosos para Lakshimi e Rama, em celebração ao episódio em que o deus Krishna, Deus Supremo do mundo segundo às crenças hindu, matou Narakasura, o demônio do mal.
  • O terceiro, onde acontece o verdadeiro Diwali. Casas são enfeitadas por fora e muitos religiosos visitam os templos para adorar Lakshimi e Ganesha, deus do intelecto, da sabedoria e da fortuna para a tradição religiosa do hinduísmo e védica. Na noite deste dia, acontecem vários lançamentos de fogos de artifício.
  • O quarto, onde a festa prossegue com muita comida. Também chamado de Padwa, é neste dia que se celebra o episódio em que Krishna derrotou Indra, o deus da chuva e dos céus. De acordo com a lenda, Krishna teria levantado um monte para salvar o povo das inundações e, em referência a esse monte, os devotos fazem “montanhas” de comida.
  • E o quinto dia, especial para os irmãos. Diz a lenda que Yami, a deusa da morte, intercedeu por seu irmão gêmeo Yama — também Deus da morte — e por isso, é comum que as irmãs façam orações por seus irmãos.

Referências: