A transfobia é um grande problema no Brasil, o país que mais mata a população trans no mundo. A morte, no entanto, não é o único tipo de violência cometido com essa parte da população, que também sofre com ódio verbalizado e violência institucional. Um exemplo que, infelizmente, é muito visto no país é a exclusão de pessoas trans dos espaços de educação, principalmente escolas.
A evasão escolar da população trans é de 82%, segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), um número mais que alarmante, visto que a educação básica é importante para que se tenha o mínimo para viver no país. O abandono da vida escolar é um dos fatores que contribuem para a marginalização da população trans, tornando ainda mais difícil a sobrevivência.
Um dos motivos mais comuns para a insegurança dês jovens trans em permanecer nas escolas é o desrespeito quanto ao nome social. Em 2016, foi sancionado pela então presidenta Dilma Rousseff o decreto nº 8.727, que garante o direito ao nome social, e dois anos depois o MEC autorizou o uso do nome social nos registros escolares. Apesar disso, muitas instituições se recusam a usar, fingindo não estarem cientes das decisões do governo, ou apenas ignorando os pedidos dês alunes. Assim, muites são vencides pelo cansaço e passam anos tendo seu nome desrespeitado, ou acabam indo embora.
Outro fator decisivo na não permanência de alunes trans nas escolas é o impedimento do uso dos banheiros corretos, assim como a violência sofrida por parte de colegas e até professories. Uma Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional no Brasil, realizada em 2016, revelou que 43% das pessoas entrevistadas se sentiam inseguras em relação à identidade e expressão de gênero, e 55% ouviram comentários negativos. Mais preocupante, 25% dizem já terem sofrido agressões físicas pela sua expressão ou identidade de gênero. Em alguns locais, alunes trans são permitides de usar o banheiro dês professories, mas isso não é uma verdadeira inclusão, muito menos resolve o problema principal, que é a transfobia.
Essas questões podem ser resolvidas de formas muito simples. A primeira e mais importante é a conscientização, instruindo coordenação e professories de forma contínua. Além disso, é dever dês alunes cisgênero ajudar alunes trans no que diz respeito à aplicação de seus direitos, cobrando dês superiores. A contratação de professories trans também ajuda muito. De acordo com o Instituto Brsaileiro de Transformação pela Educação (IBTE), não há denúncias de transfobia por alunes em escolas onde professories trans trabalham, apesar de ainda haver por parte do corpo docente.
É importante que as ações das escolas no que diz respeito a pessoas trans mude imediatamente, para que assim nossas gerações mais jovens tenham maior chance de crescer nesse mundo.