O termo mulher não-binária ainda traz muitas dúvidas, especialmente a quem não possui contato com a não-binariedade. Afinal, como alguém poderia se identificar enquanto mulher e não-binárie ao mesmo tempo?
Para encontrar a resposta, é necessário refletir acerca da binariedade como conhecemos hoje. Pensar no que está fora da não-binariedade é pensar, inevitavelmente, em homem e mulher. A linha de raciocínio está correta, e ambos são gêneros binários, ou seja, os dois gêneros socialmente reforçados.
No entanto, é importante levar em conta que gênero é uma construção social, não havendo nada ou nenhuma característica específica que conceitue de maneira concreta tais identidades. É possível, então, compreender que, em dados casos, de acordo com a identificação do indivíduo, o rótulo mulher não-binária se torna real.
A expressão pode ser usada de forma mais específica ou mais ampla, tornando-se um termo guarda-chuva em algumas ocasiões. Isto engloba pessoas não-binárias alinhadas ao feminino, pessoas multigênero, demigêneros e outros; porém é importante levar em conta que o termo pode ser visto como uma identidade única, possuindo inclusive sua própria bandeira.
Também é importante ressaltar que, assim como todas as demais identidades de gênero, mulher não-binária não possui necessariamente qualquer relação com expressão de gênero, pronomes, sexualidade ou quaisquer outros fatores que a sociedade binária e cisheteronormativa pode vir a considerar como relevantes na definição de um gênero.