Diferentes civilizações enxergam o mundo de diferentes maneiras. Desde sempre houveram povos a reconhecer gênero como algo além de homem e mulher. No Antigo Egito, na Suméria, no Império Acádio e em diversas outras culturas antigas têm-se apontamentos da existência de gêneros além do binarismo da nossa atual sociedade.
Mas não é preciso ir tão longe. Ainda hoje, diversos grupos étnicos não se encaixam em nossos gêneros, como diversas comunidades indígenas ao redor do mundo.
Para nós, a não-binariedade existe há tempos. Há registros de pessoas não-binárias vivendo no século XVII. No século XVIII, como forma de impedir essas pessoas, gramáticos da Inglaterra tentaram proibir o uso do pronome “they” como um singular neutro. Hoje, no século XXI, a não-binariedade vem tomando cada vez mais espaços em nosso meio.
Ela se encaixa no conceito de transgeneridade, e é um termo guarda-chuva para identidades de gênero que fogem de homem e mulher dentro do padrão binário socialmente enxergado.
Bandeira
Sua bandeira oficial foi criada em 2014. Cada uma de suas faixas possui um significado, sendo:
- Amarelo: Estar fora do conceito binário de gênero/da binariedade
- Branca: Pessoas que possuem mais de um gênero
- Roxa: Fluidez e multiplicidade das experiências de gênero
- Preta: Ageneridade
Apesar de ser um termo, também pode ser utilizado como gênero em si. No entanto, existem diversas outras identidades dentro dela, como bigênero, gênero-fluído, travesti, demigênero, homem e mulher não-binário e diversos outros.
Todas as orientações englobam pessoas não-binárias, e para isso muitas vezes utiliza-se o alinhamento, que é uma forma de identificar a conexão e/ou inclinação do gênero desta pessoa.
No entanto, nem tode não-binárie se sente confortável em orientações usualmente vistas como binárias, e por isto existem orientações mais amplas e inclusivas, como trixic, uranic e outras.
O desconforto mencionado vem, majoritariamente, por questões de disforia de gênero, causada por serem comparadas ou enquadradas em gêneros que não lhes servem.
Apesar disso, nem toda pessoa não-binária (ou simplesmente trans) passa por disforia, troca do nome, utilização de neopronomes e linguagem neutra, cirurgia e tratamento hormonal. Nada disso é regra, e nada disso diminui a identidade dessas pessoas.
A não-binariedade é algo complexo e único. As experiências não podem ser comparadas ou anuladas, e nada é uma regra.