Escritora, Revisora, Desenhista e Booktuber mestranda em Escrita Criativa, Raquel Soares é alguém que sonha em ser escritora desde os 6 anos de idade.
“[…] sem a escrita, eu não seria eu, eu seria apenas metade, ou até menos que isso. A arte faz parte de mim e, mesmo quando eu tentei fugir dela, ela encontrou um jeito de me achar de novo.”
— Raquel Soares
Quem é Raquel Soares?
Raquel Soares é alguém que sonha em ser escritora desde os 6 anos de idade, porque quando escreveu pela primeira vez sentiu que queria fazer aquilo pelo resto da vida. Porém, por um tempo, eu achei que não era capaz disso e graças ao universo, eu consegui achar um jeito de acreditar em mim de novo. E acho que o que me ajudou a me achar na escrita foi a minha inscrição pra faculdade de Escrita Criativa na PUC, na qual me formei em 2019 e pra onde eu retornei pro mestrado esse ano. Eu comecei a postar textos na internet como uma forma de me mostrar ao mundo aos poucos, e de pouco em pouco, fui me inserindo no mundo literário até lançar meu primeiro livro Praia das Conchas, na Amazon. E acho que quando a gente perde a vergonha de se expor como artistas e tentar essa carreira, é assustador, porém uma liberdade enorme também.
O que a escrita significa pra você?
A escrita pra mim é um jeito de ser e uma maneira de viver. No sentido que, sem a escrita, eu não seria eu, eu seria apenas metade, ou até menos que isso. A arte faz parte de mim e, mesmo quando eu tentei fugir dela, ela encontrou um jeito de me achar de novo. E também, escrever pra mim é como respirar. Natural e necessário. É como eu exorcizo tudo aquilo que me sufoca, como eu me expresso pro mundo, e como eu me sinto em casa. E ao me salvar na escrita, eu tento salvar outros também. Tornando a minha escrita esse espaço aberto pra quem precisar de abrigo.
Como é a rotina de Booktuber? Como você produz o conteúdo do seu canal?
Ser booktuber chegou como uma forma de ter um espaço meu pra falar de livros e escrita com outras pessoas que também gostam de livros e escrita. Mas, acima de tudo, foi um processo muito importante pra eu conseguir lidar com a minha ansiedade social. Quando comecei, eu tinha uma rotina de um vídeo por semana, depois mais na frente tentei seguir com dois por semana, e agora, faço quando posso e quando tenho vontade. Eu vivia muito presa na cobrança de tá presente na internet 24 horas por dia e de tá sempre com algo novo na manga, sem falar nos números. Hoje eu levo muito como um hobbie, um passamento que me diverte — principalmente agora que edito meus próprios vídeos. E confosso que é bem mais confortável desse jeito e menos estressante, até porque com as aulas me sobra pouco tempo pra muitas coisas.
Você é poeta, mas também escreve outros gêneros, como crônicas e resenhas. Qual você considera seu preferido e por quê?
Eu vou confessar que eu amo contos e narrativas longas, em segundo lugar viria a poesia, em último, as crônicas. Acho que isso vem do fato de eu ser uma pessoa pouco sucinta e que ama escrever coisas “enormes” — como diria meu professor da faculdade. Eu não me contento muito com limitações de espaço, gosto de tomar conta e me expandir, que nem o oceano sabe? Sou bem espaçosa. Inclusive, é comum pra mim começar a história como um conto e então ela se tornar uma novela ou um romance. Mas a poesia se tornou um gênero prático pra mim por causa do Instagram e porque também é o melhor jeito de colocar pra fora o que eu sinto. Com sentimentos nunca me alongo demais. Só escrevo vários textos diferentes sobre eles. E as crônicas, bom, são bem mais raras no meu dia a dia. Posso contar nos dedos quantas já escrevi.
Você tem algum projeto em andamento ou em um futuro próximo?
Tenho várias coisas pra vir ainda, afinal, o meu super poder do TDAH é começar várias coisas ao mesmo tempo. Tenho dois livros de poesia que eu quero lançar em breve — um pro ano que vem inclusive —, tenho um livro de contos de realismo mágico — também pro ano que vem —, e agora estou trabalhando numa trilogia de ficção científica. Essa última faz parte do meu projeto de dissertação do mestrado, e já tenho o primeiro livro pronto, que é o que vai ser apresentado no final do curso. Já comecei o segundo livro e um conto extra também. Num básico, novidade é o que não falta comigo, só me falta organização mesmo, a kriptonita de todo TDAH eu diria.