Caracterizado por esgotamento físico, mental, estresse e exaustão extrema, a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio neurológico e psíquico decorrente da tensão emocional resultante de um ambiente de trabalho competitivo e cansativo, além do acúmulo excessivo de carga horária, nervosismo e estresse.
É importante salientar que esse distúrbio não anda sozinho, é comum que ele “ande de mãos dadas” com outros transtornos como o transtorno de ansiedade generalizado (TAG) e crises severas de depressão, em que o indivíduo não tem a capacidade emocional — e portanto física — de se manter produtivo em uma sociedade que cobra a produtividade como um fator definitivo de utilidade e, portanto, entra em uma espécie de limbo entre não produzir, se sentir culpado por não produzir e continuar não produzindo.
A síndrome foi oficialmente mencionada pela primeira vez em 1974 pelo psicólogo estadunidense — algumas fontes dizem que ele era alemão — Freudenberg, após listar sintomas que ele e seus outros colegas de trabalho estavam sentindo após horas exaustivas de trabalho. Atualmente, ela já é listada no CID-11 como um fenômeno ocupacional.
Segundo estudos recentes ocorridos nos Estados Unidos, cerca de 30% dos profissionais de saúde — em sua grande maioria médicos e enfermeiros cirurgiões — já sofreram ou sofrem dessa síndrome, o que equivale a cerca de ⅓ dos profissionais do país. Aqui no Brasil, esse número, em 2019, girava em torno de 33 milhões de pessoas.
Seus sintomas são um tanto incertos, devido a ser uma condição mental, e alguns podem ser diferentes entre os portadores da síndrome. De modo geral, eles apresentam dores de cabeça, cansaço físico e mental, mudanças de humor, desregulação do sono, pressão alta e alteração do apetite. Em casos nos quais o indivíduo já apresenta quadros de depressão e ansiedade, é possível notar apatia, sentimentos de inutilidade, fracasso, derrota, desesperança, incompetência e insegurança.
Pessoas com TDAH (transtorno de déficit de atenção com hiperatividade) ou outros transtornos que dificultam a concentração podem notar que sua atenção fica ainda mais dispersa do que o normal, especialmente levando em contra a pressão social extra que recebem. Em ocorrências mais extremas ou em indivíduos que possuam algum tipo de transtorno dissociativo, é comum ainda que ocorra a despersonalização, estado psíquico em que a pessoa não se reconhece/ se sente fora de si mesma. A síndrome também pode acarretar sintomas mais incomuns, como disfunção sexual, alteração no ciclo menstrual, imunodeficiência e agressividade.
Apesar de ser muito observada entre trabalhadores, os psicólogos Henrique Bottura e Vitor Friary afirmaram para a revista EXAME. que já presenciaram casos de estudantes de medicina e pré/vestibulandos sofrendo da Síndrome de Burnout devido, principalmente, a cobranças próprias e de familiares, o que leva a crer que não existe uma “idade mínima” para sofrer da síndrome.
Diagnóstico e tratamento
Seu diagnóstico é através de consultas com psicólogos e/ou psiquiatras, não necessitando de nenhum exame, apenas através do diálogo e análise da relação do paciente com sua fonte de problemas, sendo o tratamento feito através de terapia e medicamentos dependendo da abordagem profissional e tudo mais. Caso o profissional julgue necessário, é indicado que o paciente tire algum tipo de licença médica. Atividades físicas regulares, boa alimentação e exercícios de meditação e respiração também podem ajudar no tratamento. Ter uma rotina mais leve também é recomendado.
Dependendo da gravidade do problema, a pessoa pode até mesmo se tornar elegível para o afastamento remunerado do INSS, tendo estabilidade de no mínimo 1 ano.
Em casos de piora, é um risco o paciente desenvolver depressão, podendo até mesmo chegar a ser internado para uma avaliação psicológica mais profunda.
Não deixe de se cuidar, caso sinta que pode estar sofrendo dessa síndrome, procure um profissional de saúde de sua cidade!!