Comunidade LGBTQIA+ no Oriente Médio

Aviso de conteúdo: o texto apresenta menções a LGBTQfobia e violência contra pessoas LGBTQ+

Registros a respeito de comunidades LGBTQ+ no Oriente Médio são raros, e o conteúdo mais próximo seriam narrativas que citam pessoas conhecidas como Mukhannath. É um termo que possui muitas controvérsias a respeito da sua origem e do real significado, visto que definições atuais podem sofrer de um anacronismo porém eram conhecidos como homens homossexuais afeminados.

Essas pessoas sofreram diversas perseguições e até penas de castração durante o período do Califado de Solimão, entre 1520 e 1566. Apesar disso, possuíram enorme influência cultural à época, seja na música, na poesia e no entretenimento em geral. 

Hoje em dia, a comunidade LGBTQ+ possui direitos bastante restritos na maior parte do Oriente Médio e é fortemente condenada nos demais lugares. Metade dos países possuem leis proibindo a relação sexual entre homens, sendo um ato condenado com a morte em seis desses países. Fica nítida a perseguição contra pessoas LGBTQ+ nesses países, onde é possível formar uma relação entre essa intolerância e as tradições culturais predominantes, sobretudo os costumes religiosos do Oriente Médio. 

Países como Egito, Irã, Arábia Saudita, Qatar — local onde será realizada a próxima Copa do Mundo —, Emirados Árabes Unidos, Omã e Iêmen recebem críticas da comunidade internacional por perseguição às pessoas LGBTQ+.

Israel é um dos lugares do Oriente Médio conhecido por ser mais amigável com a comunidade LGBTQ+, porém a realidade não é tão simples assim. Uma das informações falsas propagadas por Israel atualmente trata-se da proteção da comunidade LGBTQ+, supostamente oferecendo proteção para todes ês homossexuais e transgêneros que precisarem de ajuda, especialmente ês palestines.

Essa ideia não é verdade e tem apenas o objetivo de valorizar a imagem de Israel, promovendo-o como um país amigável para a comunidade LGBTQ+. Além dessa idealização, há também um interesse em fortalecer a ideia de que a sociedade árabe palestina não aceita pessoas LGBTQ+ e os persegue, deixando Israel como único refúgio para a comunidade.

A região da Palestina possui diferentes organizações apoiadoras da diversidade sexual e de gênero, onde é possível citar a alQaws para Diversidade Sexual e de Gênero na Sociedade Palestina, uma ONG de ativismo feminista e queer que se opõe a todo tipo de discriminação.

O Oriente Médio passou por diversas mudanças em relação a políticas de intolerância sexual e de gênero, principalmente contra pessoas homossexuais; assim, com a ajuda de instituições independentes, bastante luta e organização política, essa realidade vem melhorando a cada dia.


Referências: