A maioria das pessoas costuma passar por um processo de questionamento quanto ao seu gênero e à sua sexualidade. Esse processo está intimamente ligado à maneira com que a nossa sociedade manifesta suas relações com questões de gênero e sexualidade, ou seja, em grande parte, com preconceito e discriminação para com esses assuntos.
Esse processo costuma começar na infância, mas há uma variedade de pesquisas sobre a média de idade em relação ao início desse processo. Entre 2 e 3 anos de idade, a criança começa a desenvolver a sua identidade de gênero, em relação à sua perspectiva psicológica e baseada em suas experiências sociais.
Esse desenvolvimento, no entanto, não é totalmente fundamentado sem influências externas, pois a criança, ao nascer, já “recebe” um gênero baseado em suas características físicas. À medida que a criança vai crescendo e se desenvolvendo, criam-se expectativas quanto a uma identidade de gênero de acordo com o gênero designado ao nascer, podendo atrapalhar o seu desenvolvimento enquanto indivíduo.
Referente à sexualidade em si, algumas pesquisas estimam que esses desejos podem começar a partir dos 11 anos. No entanto, é importante evidenciar que isso é bastante relativo. Há pessoas que podem ter sua primeira experiência de atração sexual durante a adolescência, ou na fase adulta, ou mesmo nunca experienciar um desejo no que se refere à atração propriamente dita.
Esses processos de aprendizagem da criança e a forma como isso se relaciona com a sua identidade de gênero é uma construção bastante complexa e singular. É uma construção que está se tornando algo natural e percebida com novos olhos ao passar do tempo, a partir das mudanças nas formas de como a sociedade pensa e representa esses aspectos da construção da identidade de gênero.
Representatividade na mídia em torno da comunidade LGBTQIA+ está ficando mais comum graças à recente visibilidade que essas questões estão tendo. Canais de streaming como Netflix, HBO MAX, Cartoon Network, entre outras, contribuem consideravelmente para o aumento dessa representatividade e consequentemente para visibilidade para comunidade LGBTQIA+. Um exemplo é o desenho Steven Universe, que conta com diversas personagens não-binárias.
Isso põe em reflexão a importância da representatividade, principalmente nesse tipo de mídia, e em como isso pode promover um certo conforto para as pessoas que ainda estão se descobrindo como parte da comunidade LGBTQIA+.