A homossexualidade masculina trata de identidades aquileanas, tal qual gay, bi, pan e outras. Ela é muitas vezes definida como o amor ou atração entre homens, mas envolve também pessoas não-binárias que não possuem alinhamento feminino e pessoas que tiveram o conceito de gênero binário negado devido à sua orientação.
Parte do que constitui gênero é definido pela visão da sociedade, e é inegável que os parâmetros por ela fornecidos são muitas vezes utilizados ou relacionados à construção de gênero para além da fórmula cis-binária. Assim, por exemplo, quando uma mulher cis se assume enquanto lésbica, a sociedade deixa de vê-la enquanto mulher e passa a enxergá-la apenas como lésbica; como um gênero à parte.
E tal fenômeno acontece também com a comunidade gay — e aquileana de modo geral. Enquanto homossexuais, a sociedade não os vê como pertencentes ao que é ser homem. A expulsão do rótulo que lhes foi dado há tempos — ou não, no caso de aquileanes trans — vem de forma natural da sociedade, basta que a pessoa se assuma.
Isso não é propriamente bom — e nem propriamente ruim —, mas muitas das pessoas inseridas nesse grupo compartilham desta mesma visão. Isso porque muitas vezes a sua orientação e a sua identidade de gênero estão tão intrinsecamente conectadas que ela se vê como incapaz de separar os dois rótulos.
Para estas pessoas, negar a masculinidade cis-binária é abraçar a sua identidade queer, não deixando com que os padrões de gênero prossiga a lhes definir. Quando o fazem, levantam sua bandeira, reforçando que as relações entre homens e mulheres não são as únicas existentes.
Assim, é bem comum que pessoas que se identificam enquanto gays compreendam a sua identidade de gênero apenas como isso: gay; e, ainda que não tenham propriamente parado para pensar sobre, muitas vezes não se veem como parte do que é socialmente visto como homem.
E o sentimento é tão comum nas comunidades aquileanas, que existe o gênero-aquileano — achilleangender —, criado justamente para descrever essa sensação.
Por fim, é interessante se questionar: se essas pessoas não são homens, elas se tornam automaticamente trans?
E a resposta mais exata para isso é: depende.
De forma básica: Uma pessoa trans é aquela que não se identifica com o gênero que lhe foi designado socialmente; isso inclui pessoas não-binárias, independente de alinhamento. Assim, se uma pessoa se identifica enquanto gay ou aquileane no sentido gênero, essa pessoa definitivamente não se enquadra no conceito de homem e mulher socialmente imposto, cabendo na definição de trans.
No entanto, quando a própria sociedade empurra a pessoa para essa caixinha, este passa a ser um gênero que lhe foi designado, o que se encaixa na descrição de cis. Logo, cabe ao indivíduo se identificar — ou não — com a transgeneridade.
Independente de se identificar como cisgênero ou como transgênero, uma coisa é certa: É bem comum pessoas aquileanas não se sentirem acolhidas pela definição social do que é ser homem, e tá tudo bem. O importante é se sentir acolhide ao utilizar um rótulo; e, se dizer que seu gênero é ser gay te traz esse conforto, não há problema algum!