O transtorno do espectro autista (TEA) se refere a uma coexistência de características que incluem comprometimento na comunicação, na forma de expressar a linguagem e no comportamento social e a presença de interesses específicos, também chamados de hiperfocos.
É comum que se diga que todes ês autistas são iguais ou que o que diferencia ume autista de outre é o “grau de autismo”; no entanto, não existe “grau de autismo”, o que existe é o nível de suporte que o indivíduo necessita. Tentar colocar todes ês autistas numa mesma caixa é limitar suas capacidades e ignorar suas particularidades.
Muites acreditam que os níveis (erroneamente chamados de grau) se referem ao “quão autista” a pessoa é, mas o intuito dessa separação é facilitar a acomodação da pessoa de acordo com a forma que ela experiencia o mundo ao seu redor, em sua forma de existir.
Cada indivíduo é único por razões diversas, como gênero, raça/etnia, sexualidade, cultura local, entre outros. O TEA não é linear como muites pensam, mas sim um espectro, o que significa que uma pessoa pode ter mais dificuldade com habilidades sociais mas ser extremamente comunicativa quando está em um ambiente confortável, enquanto outras pessoas podem ser totalmente ao contrário.
O que acontece é que muites autistas passam pelo masking, ou camuflagem social, um processo de imitar comportamentos socialmente aceitos. Isso faz com que muitos ajam de forma “parecida”, mas esse esforço causa um desgaste físico e emocional na pessoa neuroatípica. Várias pesquisas mostram que o esforço da camuflagem social feita por autistas está relacionado a maiores índices de depressão, ansiedade e exaustão.
A sociedade precisa aceitar o autismo como parte natural da diversidade humana e ouvir as pessoas no espectro. Esqueçam quebra-cabeças, anjos azuis e parentes ou profissionais falando sobre nossa vivência. Ouçam o que ês autistas têm a dizer, reconheçam nossa pluralidade e entendam que o autismo é uma condição para toda a vida e precisamos de uma sociedade preparada para nos receber.