Na comunidade LGBTQIAP+ existem muitas orientações e identidades que não constam na maioria das versões e propostas para a sigla, seja por serem invisibilizadas ou por serem micro-identidades dentro de termos guarda-chuva. Mesmo na tentativa de encaixar o máximo de letras possível na sigla, acaba por ficar inviável a existência de uma sigla muito grande, por ser difícil de gravar e pronunciar, e ainda que exista o “+” no final dessas siglas para tentar abranger outras identidades fora das letras iniciais, muitas continuam a sentir-se esquecidas.
Qualquer coisa que foge do padrão CHAP (cis, hetero, allo e peri, isto é, não-queer) é marginalizado, porém há ainda aquelas identidades consideradas menos comuns, que consequentemente são “menos aceitas”. É o caso de identidades não-binárias, xenogêneros e xenopronomes, microidentidades aro ou ace, sexualidades criadas em diferentes contextos históricos e culturas, e intersexo, que sofrem pelo apagamento e pela marginalização vindo não só de fora como também por grupos excludentes de dentro da comunidade LGBTQIAP+.
Como solução para tal apagamento e também para resolver o problema da possível existência de uma sigla muito grande e impronunciável, foi sugerida a sigla MOGAI (Marginalized Orientations, Gender Alignments and Intersex) em tradução livre: Intersexo, Alinhamentos de Gênero e Orientações Marginalizados, surgindo para substituir a sigla LGBTQIAP+ de modo a acolher tanto aqueles que já eram contemplados por ela quando os que nunca foram — e, claro, nenhum termo designado para substituir a sigla original iria, em momento algum, acolher “identidades” problemáticas ou criminosas, visto que a comunidade queer trata de liberdade de ser e viver, mas tudo isso baseado no consentimento.
Apesar do novo termo facilitar a comunicação acerca da comunidade, ele não agradou a todos. Com o surgimento de MOGAI, também começou a aparecer pessoas intituladas anti-MOGAI, surgidas através de grupos excludentes, como o transmedicalismo. Anti-MOGAI são as pessoas que vilanizam e tentam invisibilizar pessoas de identidades MOGAI, em específico orientações pouco conhecidas ou relacionada a outras comunidades (como a comunidade neurodivergente), usando argumentos de que essas orientações e identidades “ridicularizam” o movimento. Os ataques, que vêm de dentro da própria comunidade, dificultam ainda mais a vida das pessoas pertencentes a essas identidades, quando na realidade a maioria existe em um contexto diferente do padrão, sendo ou não micro-identidades, e com certeza são mal compreendidas.