AVISO: o texto a seguir contém menção à suicídio e transfobia
Numa pesquisa realizada em 2016 pelo Hospital das Clínicas da USP e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) — com 620 pessoas trans de 18 a 64 anos dos dois estados —, apenas 17,8% dês entrevistades disseram nunca ter sofrido discriminação durante uma consulta.
Através da Portaria n° 1.820 de 2009, a adoção do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero foram garantidos a essa população no cartão do SUS e nos prontuários de atendimento. Entretanto, não são poucos os casos de descriminação e desrespeito ao nome social. Alguns médicos afirmam não saber lidar com as necessidades de cada consulta, enquanto outros dizem até nunca terem conhecido uma pessoa trans.
A pesquisa citada acima também revelou que 43,2% dês entrevistades evitam serviços de saúde pelo simples fato de serem uma pessoa trans. Pacientes trans deixam de fazer exames essenciais para prevenção de doenças como câncer de mama e próstata por medo da discriminação; Fato agravante, visto que a população trans é um dos grupos mais vulneráveis com alto índice de suicídio e expectativa de vida de apenas 35 anos — levando em conta determinadas interseccionalidades.
O Brasil, apesar dos avanços demonstrados nesse texto, ainda é um país atrasado em relação ao atendimento às pessoas trans. Pessoas importantes como o Dr. Drauzio Varella tem trazido essa questão à tona, mas ainda há um grande caminho a trilhar para que todes tenham um bom acesso à saúde pública neste país.
Referências:
- Healthcare Needs of and Access Barriers for Brazilian Transgender and Gender Diverse People
- Homens trans: como é o acesso aos serviços ginecológicos no Brasil? | Drauzio Varella
- Como funciona o SUS para pessoas transexuais | Drauzio Varella
- Transexuais femininas precisam fazer exame de próstata? | Drauzio Varella
- Ministério da Saúde – Portaria n° 1.820, 2009
- Senado – Expectativa de vida
- Uol – Taxa de suicídio entre pessoas trans