O preconceito e a discriminação, de forma generalizada, se manifestam de diversas maneiras na sociedade. A bifobia é uma manifestação do preconceito caracterizada pela aversão às pessoas bissexuais e à bissexualidade em si, geralmente representada pela invalidação da bissexualidade como orientação sexual ou ainda por conceitos pré-estabelecidos sobre essas pessoas.
O monossexismo se assemelha à bifobia em muitos aspectos, difundindo a ideia de que as pessoas só podem ser atraídas por um único gênero. Isso reforça um pensamento binário tanto sobre gênero quanto sobre orientação sexual e suas expressões.
Além do apagamento de identidades multis, o monossexismo se caracteriza também pela invalidação da assexualidade e da arromanticidade, visto que pessoas pertencentes a essas comunidades usualmente não são monossexuais — ainda que seja possível que pessoas aroace pertencentes na área cinza também se identifiquem com outras identidades, sejam elas multis ou monos.
O monossexismo tende a invalidar a própria discriminação contra pessoas bissexuais (bifobia), por já invalidar a sexualidade. Pessoas monossexistas podem tratar a bissexualidade como se ela realmente não existisse, por exemplo, negando-a e/ou invalidando-a. Elas podem acusar as pessoas bi de serem confusas ou de ser “apenas uma fase”. Logo, se no pensamento monossexista não existem multissexualidades, para ele os preconceitos enfrentados por pessoas bi são homofobia ou lesbofobia, forçando a binaridade nas relações e apagando a existência multi através do não reconhecimento da especificidade da violência sofrida.
A vivência em uma sociedade monossexista, no entanto, não traz privilégios para as comunidades gay e lésbica, que, ainda que sejam identidades monossexuais, continuam fazendo parte das existências que fogem do padrão cisheteronormativo, imposição que está interligada com o monossexismo como modo ideal de vida.
Sendo assim, o monossexismo pode se manifestar de diversas formas e atingir diferentes partes da comunidade, e é importante identificá-lo a fim de saber explicar a ideia falsa divulgada por essa maneira de violência.