Koda Gabriel é um autor não-binário, bissexual e assexual. Suas obras variam entre romance, ficção especulativa e erotismo transviado.
🔞 Atenção! Esta edição do Spacey Indica trata de assuntos sexuais e por isso não é recomendada para menores de 18 anos.
“[…] gosto muito de ver uma mídia muito feita para hétero-cis e pensar em como posso subverter/quebrar e transformar em algo transviado e fora da curva.”
— Koda G.
Suas obras misturam romance, ficção especulativa e erotismo. O que você mais gosta de escrever?
Olha, com certeza erotismo! O erótico transviado virou meu método de expressão favorito, mas acho que o principal motivo é que eu criei um espaço onde eu posso experimentar misturando de tudo. Então eu tenho a liberdade de fazer um erótico que é fantástico, outro que é bem contemporâneo, ficção científica, misturar personagens diferentes, etc. É onde eu me sinto em casa para explorar minhas ideias mais fora da caixinha, no fim das contas.
Como você se inspira para criar seus personagens e enredos?
Em geral é muita leitura, referências de coisas que eu vi/li, conversas com amigues e algumas vontades pessoais, claro haha. Eu gosto muito de webcomics +18, por exemplo, então já li algumas assim que sempre me inspiram. Também gosto muito de ver uma mídia muito feita para hétero-cis e pensar em como posso subverter/quebrar e transformar em algo transviado e fora da curva.
Como você desenvolve suas cenas eróticas?
Olha muita coisa fica rolando na minha cabeça antes de das histórias irem para o papel, viu? Em geral eu anoto todas as ideias de cenas que tenho, e muitas vezes começo a desenvolver em blocos de notas ou no chat de amigos, conversando sobre novas ideias mesmo. E fico marinando essa ideia por um tempo, pensando em possibilidades, cenários, etc até sentar e colocar em uma ordem sequencial que faça sentido. Sempre gosto de escrever um roteiro antes e ir explorando e explodindo a cena para detalhar mais e deixar mais erótico e mais viado.
Quais são as maiores dificuldades de escrever contos eróticos?
Acho que em geral o que sempre me pega é o medo da recepção. Dei muita sorte de ter construído um público que hoje gosta do que eu faço e se empolga junto comigo, mas, como disse, estou cada vez mais me enredando por caminhos novos e não convencionais, então sempre bate aquela ansiedade antes de escrever e publicar alguma coisa, sabe? É algo que tem melhorado com o tempo, então estou cada vez mais a vontade com o que eu faço e com o meu público, mas em algum nível sempre volta.
Qual é o seu maior desafio como escritor?
Entender melhor a minha constância de escrita e lidar melhor com altos e baixos do processo, em geral. Não pretendo que a escrita me sustente algum dia, mas ainda coloco bastante cobrança ao redor do tema, então não acho que minha relação está 100% saudável. Acabo me cobrando bastante, mesmo sem as vezes ter condições de produzir tanto quanto queria, e acho que me tornar mais razoável quanto a isso é um grande desafio que to buscando melhorar.
Quais são os seus principais conselhos para outros escritores?
Encontre seu ritmo, encontre seu público e se permita escrever exatamente o que você quer escrever! Porque é ai que vai estar a melhor parte, que é fazer algo que no fim te deixa feliz, mesmo sendo desafiador e às vezes fazendo passar raiva.