Animadora, Quadrinista, Ilustradora, Lana está com a campanha de financiamento para o livro “Kadu: O Pinóquio” em versão física.
“Se não tivermos referências trans as pessoas vão achar que pessoas trans não existem. O mesmo ocorre em narrativas indígenas.”
— Lana Potiguara
Em que momento você decidiu escrever esta paródia do Pinóquio de Carlo Collodi?
Estava refletindo as várias versões sobre o conto Pinóquio e percebi que não conhecia nenhuma delas onde o personagem era uma pessoa trans, visto que seria uma ideia genial pelo contexto de pessoas trans. Então decidi eu mesma criar a partir disso.
Como você acha que esse livro pode ajudar as crianças a entender melhor a diversidade e a aceitar as diferenças?
Acredito que a representatividade ajuda bastante. Tem uma frase que escuto muito “Quem não é visto não é lembrado”, então se não tivermos referências trans as pessoas vão achar que pessoas trans não existem. O mesmo ocorre em narrativas indígenas, onde existem muitas pessoas que acreditam e fomos extintos.
Existe algum elemento da cultura indígena presente na história? Se sim, qual?
Kadu é uma criança indígena que fugindo dos garimpeiros acabou indo parar em outra comunidade. Também é mostrado o conflito de ideias do que é ser um “menino” ou então um “homem” na visão não indígena e na versão indígena do povo de Kadu.
Quais foram os principais desafios da escrita deste livro?
Tentar criar uma escrita que seja simples e pedagógica de se entender tanto para crianças quanto para os pais e professores.
Quais conselhos você daria para outros autores que desejam escrever sobre personagens trans e indígenas?
O conselho que dou é que não tenham medo de escrever e mostrar para as pessoas o que temos a oferecer. Já passou da hora de falarmos por nós mesmos e acho que foi isso que me motivou também, querer falar sobre essa pauta já que é de minha vivência.