Muitas vezes utilizamos palavras e expressões linguísticas sem compreender o seu real significado. A linguagem, sendo produto de uma realidade social, pode normalizar, inconscientemente, expressões que têm origem diferente do seu significado popular, de modo a significar uma coisa, mas dizer outra.
Socialmente, algumas expressões denotam uma ideia capacitista, isto é, ideias discriminatórias contra pessoas com deficiência, a partir de uma ideia de funcionalidade. Consequentemente, faz com que a pessoa com deficiência internalize crenças limitantes sobre suas capacidades.
1. A expressão “mancada”.
Essa expressão é bastante utilizada como sinônimo de erro, reforçando preconceitos contra pessoas com deficiências físicas, em especial nas pernas.
2. “Fingir demência.”
A expressão estigmatiza pessoas com deficiência intelectual, pois é uma condição referente à diminuição da capacidade de raciocínio e memória, algo decorrente de doenças neurológicas degenerativas. Geralmente utilizada para se fazer de desentendide.
3. “Dar uma de João sem braço.”
Comumente utilizado como expressão de preguiça, a frase expressa preconceito com uma condição física, expondo uma ideia de superioridade para com as pessoas que não possuem deficiência.
4. “Retardade”
Esse termo vem da ideia de “retardo mental”, um transtorno neuropsiquiátrico, ou seja, uma condição que afeta o desenvolvimento cognitivo e, sendo utilizado como termo pejorativo, provoca a ideia de inferioridade contra pessoas com deficiências mentais.
5. “Mongol”
O termo “mongol” não se trata apenas de uma expressão capacitista, mas denota uma ideia racista por trás do uso do termo, pois se refere ao povo mongol (pessoas nascidas na Mongólia) numa situação depreciativa. É utilizado também para associar características físicas de pessoas com Síndrome de Down a etnias do leste asiático (região onde se localiza a Mongólia), colocando ambos os grupos como inferiores.
6. “Capenga”
A palavra “capenga” possui origens capacitistas, sendo utilizada como sinônimo de pessoa manca ou alguém com dificuldade para andar. Hoje em dia, é muito comum ver esse termo sendo utilizado para denotar alguma coisa ruim, atribuindo negatividade.
