Representatividade LGBTQIAP+ em animações

Apesar da comunidade LGBTQIAP+ ter pouco espaço e representações escassas em diversas áreas do entretenimento, ela vem ganhando alguma visibilidade na literatura e em filmes, séries, peças, animações, etc. Nos desenhos animados a representatividade queer traz personagens e situações para o público infantojuvenil se identificar de alguma forma, juntamente com a quebra de estigmas para que, além do público aos quais elas são destinadas,  famílias e outras pessoas CHAPs — cis, hétero, allo e perissexo — também possam ter alguma compreensão sobre pessoas que fazem parte da comunidade LGBT+. 

Contudo, muitas dessas animações sofreram boicotes por parte do público e dos próprios estúdios, sendo que grande parte delas foram  canceladas ou finalizadas precocemente por terem tal representatividade. 

Algumas animações e como elas trazem essa representatividade

Steven Universo (Steven Universe) da Cartoon Network tem uma abordagem sensível e uma representatividade “natural”, trazendo personagens de várias orientações e identidades queer, além da animação utilizar constantemente de metáforas para inserir representatividade.  A série  durou 5 temporadas e foi, infelizmente, cancelada, precisando ser finalizada às pressas. Seu número de episódios foi limitado após um episódio retratar um casamento sáfico entre duas personagens no desenho.

Guardiões da Mansão do Terror (Dead End: Paranormal Park) é uma animação da Netflix inspirada em uma graphic novel que também foi cancelada, durando apenas 2 temporadas. A animação conta com um protagonista adolescente que tem certas dificuldades com sua família por ser um garoto trans e gay. A série também traz outres personagens adolescentes e LGBTs que Barney, o protagonista, conhece ao longo dos episódios.

A Casa da Coruja (The Owl House) é uma animação da Disney, sendo a primeira do estúdio a conter personagens não-bináries e, além de ter personagens bissexuais, lésbicas, aroace etc, contém também vários casais queer. A animação também utiliza linguagem neutra para ê personagem não-binárie, já que na versão original usam-se pronomes neutros (they/them) para se referir a elu, porém na dublagem brasileira acabou sendo adaptada para uma linguagem neutra evitando o uso dos pronomes elu/delu. A Casa da Coruja teve um destino parecido com o de Steven Universo, a Disney cancelou a série com a justificativa de “não se encaixar na marca Disney”, permitindo que fosse finalizada em um número reduzido de episódios.

She-Ra e as Princesas do Poder (She-Ra and the Princesses of Power) é uma animação original da Netflix baseada em “She-Ra: A Princesa do Poder” de 1985 e  durou cinco temporadas. A série traz uma diversidade de orientações sexuais e ume personagem não-binárie, apesar de não serem mencionadas na série. A animação traz uma abordagem descrita como orgânica e foge de estereótipos LGBTs, traz uma representatividade para a paternidade gay e um casal sáfico com uma dinâmica de “enemies to lovers”.

Kipo e os Animonstros (Kipo and the Age of Wonderbeasts) traz um personagem adolescente gay que posteriormente se apaixona por um garoto canonizado panssexual e então se tornam namorados, e ume personagem que foi canonizade pelo criador como não-binárie e que usa pronomes neutros. É possível notar também uma grande representatividade racial na animação, havendo apenas uma personagem branca no elenco principal da série.


Referências: